HISTÓRIA


As origens mais remotas da figura do Guarda-Noturno no mundo remontam aos Fenícios e Cartagineses. No entanto, foi na Roma Imperial, sob o governo de Augusto, que o vigilante da noite ganhou notoriedade como triumviri nocturni, deixando a sua marca na História como a primeira forma organizada de policiamento na Antiguidade Clássica.


Em Portugal, D. João I, através da sua Carta Régia de 1383-1385, reconheceu oficialmente os "vigias noturnos", atribuindo-lhes um papel essencial na segurança pública, a par dos "carpinteiros do machado" — ofício do qual viriam a surgir, mais tarde, os bombeiros tal como os conhecemos hoje.

Embora existam referências históricas aos vigias noturnos em Portugal, sobretudo após o Terramoto de Lisboa de 1755, foi apenas na segunda metade do século XIX que a atividade, já designada como Guarda-Noturno, se consolidou de forma organizada na capital, impulsionada pelos regulamentos das Juntas de Paróquia.


Em 1867, uma Carta de Lei estabeleceu que, caso os habitantes de uma circunscrição desejassem maior vigilância devido à insuficiência de policiamento, poderiam financiar diretamente um "empregado de polícia" ou indicar alguém para a função. No entanto, em 1873, uma Portaria Real contestou a ilegalidade dos regulamentos impostos pelos regedores, exigindo o cumprimento rigoroso da lei.

Embora existam referências históricas aos vigias noturnos em Portugal, sobretudo após o Terramoto de Lisboa de 1755, foi apenas na segunda metade do século XIX que a atividade, já designada como Guarda-Noturno, se consolidou de forma organizada na capital, impulsionada pelos regulamentos das Juntas de Paróquia.


Em 1867, uma Carta de Lei estabeleceu que, caso os habitantes de uma circunscrição desejassem maior vigilância devido à insuficiência de policiamento, poderiam financiar diretamente um "empregado de polícia" ou indicar alguém para a função. No entanto, em 1873, uma Portaria Real contestou a ilegalidade dos regulamentos impostos pelos regedores, exigindo o cumprimento rigoroso da lei.

Mais tarde, em 1912, já na I.ª República, surgiria o primeiro regulamento específico da actividade de Guarda-Nocturno, obstando definitivamente aos regulamentos anteriores, cuja ilegalidade era evidenciada e visando assim fazer legalizar os Guardas-Nocturnos Efectivos e os Guardas-Nocturnos Supranumerários que existiam até então e, marcando na História de Portugal, o primeiro documento oficial que atesta que esses profissionais, então considerados serventuários, andavam armados com arma de função (sabre curto), no período de serviço e na área para que estavam autorizados, por bilhete de identidade exarado pela Polícia a que eram adstritos.


A ORIGEM DO DIA DO
GUARDA-NOTURNO


Esta data é inspirada em São Pedro de Alcântara, padroeiro dos Guardas-Noturnos, celebrado a 19 de outubro pela liturgia católica.


Nascido em 1499, na província de Estremadura, em Espanha, destacou-se pela sua dedicação e vigilância incansável. Embora o pai desejasse que seguisse advocacia, escolheu a vida religiosa e ingressou na Ordem dos Franciscanos. Aos 16 anos, entrou para o convento como “Franciscano Descalço”, praticando um ascetismo rigoroso. A vigília constante tornou-se uma das suas maiores marcas, fazendo dele um símbolo de dedicação — essência dos Guardas-Noturnos.


Faleceu em 1562, deixando um legado de reforma na Ordem dos Capuchinhos, em Espanha e Portugal.

Nascido numa família nobre, Pedro de Alcântara estudou Direito em Salamanca, mas abandonou os estudos para seguir a vida religiosa. Em 1515, ingressou no Convento de San Francisco de los Majarretes, perto de Valência de Alcântara, onde tomou o hábito franciscano. Foi ordenado sacerdote em 1524, aos 25 anos.


Em 1539, viajou para Portugal para auxiliar na reforma de uma província franciscana. Entre 1542 e 1544, foi guardião e mestre de noviços em Palhais. Com a morte de seu parente Martín de Santa Maria Benavides, em 1546, deu continuidade ao seu trabalho, conquistando a admiração do rei D. João III.


Fixou-se na Serra da Arrábida, onde ajudou a fundar mosteiros para os Arrábidos, incluindo o Convento de Nossa Senhora da Arrábida, e redigiu as regras que orientariam as comunidades da região de Azeitão.

Em 1555, Pedro de Alcântara iniciou a reforma da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, estabelecendo as rigorosas regras "alcantarianas", hoje conhecidas como de "Estrita Observância". Mais tarde, os Arrábidos foram acolhidos no Convento de Mafra por D. João V, mas, com a chegada do liberalismo, acabaram expulsos de Portugal, sendo posteriormente reintegrados na Ordem de São Francisco.


Em 1557, encontrava-se no Reino de Portugal, terra que tanto amava.


Notável pregador e místico, foi amigo e confessor de Santa Teresa de Jesus, auxiliando-a, em 1559, na reforma da Ordem dos Carmelitas, ao lado de São João da Cruz. Entre suas obras, destaca-se o Tratado da Oração e Meditação, que influenciou profundamente São Francisco de Sales.


Veneração

Conta-se que Pedro dormia pouquíssimo e, quando o fazia, era sempre sentado. Por estar desperto enquanto seus irmãos frades repousavam, tornou-se o santo padroeiro dos adoradores noturnos e, por extensão, dos Guardas-Noturnos.

Legado

São Pedro de Alcântara foi beatificado em Roma pelo Papa Gregório XV em 18 de abril de 1622 e canonizado pelo Papa Clemente IX em 28 de abril de 1669.


A sua festa litúrgica celebra-se a 19 de outubro, data da sua morte. Inicialmente, no Calendário Romano Geral, a celebração foi atribuída a esse dia, uma vez que 18 de outubro já era dedicado a São Lucas Evangelista. Em 1670, a sua festa foi oficialmente incluída no calendário, mas, devido à sua importância restrita a algumas regiões, acabou por ser removida na reforma de 1969. No entanto, continua a ser celebrada em calendários locais, e alguns católicos tradicionalistas mantêm a versão anterior a 1970.


São Pedro de Alcântara é padroeiro da Adoração Noturna ao Santíssimo Sacramento. Em 1826, foi nomeado padroeiro do Brasil e, em 1962, no quarto centenário da sua morte, tornou-se padroeiro da região espanhola da Estremadura. É também venerado como patrono de diversas paróquias nos Estados Unidos e nas Filipinas. A cidade de São Pedro de Alcântara, na província de Málaga, foi assim batizada em sua honra.

Sobre Nós

A Associação Nacional de Guardas-Nocturnos (A.N.G.N.) foi fundada em 15 de abril de 1993, inicialmente chamada Associação de Guardas-Nocturnos. A designação atual foi adotada em 17 de janeiro de 1996, e a associação tem duração indeterminada.

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